Industrialização da construção: a resposta para a crise habitacional?
A crise na habitação não é algo que se sinta apenas em Lisboa ou no Porto, em Portugal ou na Europa. Este é um problema global mas de cuja resolução, felizmente, já se começa a ouvir falar. Referimo-nos à industrialização da construção como uma das possíveis soluções para este fenómeno.
No caso específico de Portugal, onde construir uma casa ou um prédio se baseia tipicamente em processos artesanais e tendencialmente demorados, isto torna o processo muito caro – é o mesmo que compararmos, por exemplo, um automóvel que é feito à mão ou outro saído de uma linha de montagem. A diferença no preço é enorme, bem como o período de entrega.
E, claro, não nos podemos esquecer que a precisão do processo industrial permite que haja uma construção com muito mais qualidade, de forma mais rápida e com um custo muito mais baixo.
Mas, afinal, o que é a industrialização da construção?
Se quiser saber mais sobre esta nova forma de encarar a crise no setor, veja o nosso novo vídeo aqui ou continue a ler o artigo.
Este conceito, de que agora se começa a falar mais, aplica princípios básicos de produção em massa e as tecnologias mais avançadas, prometendo transformar o modo como se constrói e gere os espaços da seguinte forma:
- aplica técnicas de fabricação industrial à construção civil;
- tal inclui a pré-fabricação, modularização, uso de robótica e automação, bem como a utilização de tecnologias digitais;
- o processo torna-se mais rápido e eficiente;
- há menos lugar para erros humanos;
- a construção tem mais qualidade;
- os custos são mais reduzidos.
Assim, o processo passa do que existe agora (um edifício construído diretamente num local) para a construção por partes (como paredes, telhados e até divisões inteiras, como salas ou quartos), sendo estas criadas em fábricas controladas e especializadas e, posteriormente, montadas no local.
E não se deixe enganar pelo mito comum de que este tipo de construção é dispendioso mas de baixa qualidade, frágil, com pouca durabilidade e que exige uma manutenção cara: é exatamente o contrário. Aliando as tecnologias mais avançadas a materiais de excelência – tais como o aço, betão e polímeros, entre outros -, este tipo de construção torna-se uma excelente solução para alcançar níveis altíssimos de qualidade.
Imagine a construção da sua casa como se fosse um puzzle: todas as “peças” que a constituem são feitas em fábrica (ou no próprio local da obra) e depois transportadas para o sítio onde escolheu viver, sendo aí montadas.
Quer saber mais sobre as vantagens deste inovador processo? Então, veja o nosso novo vídeo ou então continue a ler este artigo – e não se deixe enganar por ideias pré-concebidas!
1. Mais eficiência e menos custos na industrialização
Ao produzir-se em massa, e utilizando tecnologia de ponta, é possível reduzir consideravelmente os custos de construção e o tempo que esta demora. Já imaginou conseguir ter a casa ou o apartamento com que sempre sonhou, em Lisboa, mas poupando muito dinheiro e em muito menos tempo? Nem sempre é fácil avaliar o preço de um imóvel, mas, com os processos automatizados, deverá ser mais fácil chegar a estes números.
2. Sustentabilidade
Esta, que é uma das palavras de ordem na atualidade, tem também extrema importância nesta forma inovadora de construir. Como todo o processo é praticamente automatizado e, consequentemente, mais eficiente, utilizamos os materiais de forma mais otimizada – o que resulta em menos desperdício e, claro, menos impacto para o meio ambiente. Com a industrialização da construção, só se compra o que efetivamente é usado, com margens de erro mínimas.
3. Qualidade e precisão de construção
Ao fabricar em ambientes controlados, os componentes da casa ou prédio oferecem uma garantia de alta qualidade. Além disso, são feitos com grande precisão – o que, obviamente, vai aumentar a sua durabilidade e a performance geral dos edifícios. Com este método, eliminam-se os erros comummente associados ao processo tradicional, que é mais artesanal.
4. Segurança
Quando automatizamos tarefas com mais perigo, ou mais cansativas, reduzimos os riscos para os trabalhadores da construção civil. Ao mesmo tempo, há uma redução dos acidentes de trabalho e uma melhoria significativa das condições laborais, tornando até esta profissão bastante mais atrativa para as novas gerações.
Quais os desafios de industrializar a construção?
Claro que todas estas vantagens estão também associadas a grandes desafios que é preciso ultrapassar. Os custos, a formação de profissionais e até a mudança de pensamento são alguns deles.
O investimento inicial – como o de criar novas fábricas, por exemplo -, que permitirá implementar as novas tecnologias e todo o processo associado à construção dos componentes, será talvez o mais difícil de ultrapassar. Vai ser necessário adquirir máquinas e implementar técnicas, mas também formar os colaboradores. E estes, claro, vão ser sempre sempre especializados.
Também as empresas de construção já existentes terão de se reposicionar e reajustar os seus métodos, para que se mantenham atualizadas em relação a esta nova realidade de trabalho.
Será também fundamental fazer com que a sociedade aceite a mudança. Substituir os métodos tradicionais para processos em massa vai, certamente, ter de enfrentar uma grande resistência por parte da população geral. Em particular, é preciso mudar a mentalidade de trabalhadores, gestores e até clientes finais.
É ainda essencial adaptar toda a regulamentação, legislação e normas existentes, abarcando a utilização destas novas tecnologias e todos os novos métodos de construção.
Será esta a grande transformação do setor imobiliário?
Sem dúvida que a industrialização da construção surge como um fator de transformação na área imobiliária. Esta é já apontada como uma solução possível para a atual crise que vivemos no setor da habitação. Ao prometer uma maior eficiência, a tão necessária sustentabilidade e ainda a qualidade que se exige, este novo método pode significar uma verdadeira revolução na forma como pensamos e construímos os nossos espaços. Pense numa moradia ou num apartamento; agora, imagine-os mais inteligentes, construídos com grande otimização de materiais e tempo e com maior prazo de longevidade. Isto é a industrialização da construção!
Conseguindo enfrentar as barreiras iniciais e adotando uma mentalidade de futuro, a indústria da construção pode beneficiar imenso destas novas tecnologias e processos, preparando-se para um amanhã ainda mais eficiente e sustentável.
Além disso, será ainda possível construir mais casas, com mais qualidade e mais baratas – o que consequentemente vai aumentar a oferta disponível no mercado e ajudar a estabilizar os preços. Esta pode ser a forma de se resolver este grave problema no nosso país, enquanto desenvolvemos a economia e criamos riqueza – como tal significa uma maior cobrança de impostos, resolvemos um problema e ficamos todos a ganhar.
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Hugo Silva
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