A influência do teletrabalho no mercado imobiliário
A pandemia de 2019 trouxe hábitos de teletrabalho que antes eram desconhecidos entre a maioria das pessoas e, hoje, a influência do teletrabalho no mercado imobiliário continua a ser alta. Mas quais os efeitos reais na compra e venda de imóveis?
Neste artigo, ou no nosso novo vídeo no canal do YouTube, explicamos como se alteraram as necessidades de habitação e o tipo de relação dos trabalhadores com o escritório. Os grandes impactos assentam, essencialmente, em três pontos:
-
O teletrabalho e o mercado de habitação
O espaço da casa passou a ser bastante mais valorizado durante a pandemia, em conjugação com o teletrabalho. A necessidade de maior qualidade de vida entre portas aumentou. Quer tenha sido pela vontade de ter áreas maiores, pela imprescindibilidade de ter espaço de escritório em casa, ou ainda pelo desejo de usufruir de espaço aberto em varandas, terraço e terreno, este é um facto inegável.
Tendo em conta o preço dos imóveis nos grandes centros urbanos e a inevitabilidade de casas maiores e melhores, as pessoas começaram a procurar e a comprar casas fora dos centros urbanos com estas características. Zonas como Alentejo, Ribatejo, o interior de Portugal e todas as zonas com valores imobiliários mais baixos – e a cerca de uma hora dos grandes centros urbanos – aumentaram muito a procura e, consequentemente, o preço dos imóveis.
Alguém alguma vez pensou ver tantas moradias no Ribatejo a serem vendidas acima de €500.000? Nós não!
Isto só acontece porque o teletrabalho permite que as pessoas vão menos vezes por mês ao escritório. Assim, elimina-se o número de deslocações e permite-se que as pessoas vivam mais longe, com maior qualidade de vida e menor custo na habitação.
-
O teletrabalho e o mercado de escritórios
Sem tantos trabalhadores nos escritórios por via do teletrabalho, reduziu-se muito a necessidade desses espaços. Ou seja, a procura de zonas de trabalho com áreas mais reduzidas aumentou e, com áreas maiores, diminuiu. Além disso, todo o fenómeno do co-working aumentou exponencialmente, pois permite uma maior flexibilidade e um custo menor.
Em consequência, algumas empresas deixaram de ter postos fixos e individuais de trabalho; agora, qualquer funcionário pode utilizar qualquer posto.
-
O futuro do mercado imobiliário em Portugal
Se esta tendência se mantiver, o preço dos grandes aglomerados urbanos terá tendência a subir menos que o das zonas mais rurais.
Cada vez mais empresas vão adotar modelos de teletrabalho ou modelos híbridos, ou seja, diminuindo a procura de grandes escritórios e flexibilizando a utilização dos mesmos.
As infraestruturas de comunicação vão ter de melhorar bastante no interior, passando a ser cada vez mais um fator de desenvolvimento fulcral.
O investimento imobiliário em Portugal terá, assim, tendência a ser mais descentralizado no futuro do que tem sido até aos dias de hoje.

Como conclusão, podemos dizer que o teletrabalho está, sem dúvida, a trazer novas oportunidades ao mercado imobiliário – tanto para construção e reabilitação de casas em zonas mais periféricas dos centros urbanos, como para o desenvolvimento de zonas com menos população. Acima de tudo, o teletrabalho traz mais qualidade de vida a quem dele pode usufruir.
Caso tenha alguma dúvida deixe nos comentários.
E, se quiser ter acesso a mais conteúdos, siga-nos nas redes sociais!
Obrigado,
Hugo Silva
